Para falar de atendimento online quero falar sobre resiliência e adaptabilidade, ingredientes que nos permitem estar na face da terra até hoje. Mas para falar a respeito disso, ao invés de falar tecnicamente, prefiro contar uma história.

Eu trabalhava no município de Itapecerica da Serra, na Saúde Escolar, departamento da Secretaria da Educação. Eu atendia uma senhora e ela faltou à consulta. Eu sabia que ela queria muito o atendimento e, como era um serviço gratuito, uma das condições de organização era que ela não faltasse. Liguei para ela e ela me disse que não tinha dinheiro para ir até a clínica. Então, nós, garantimos a ida dela ao atendimento com recursos que o município tinha para isso.

Mas… Isso me fez pensar que muitas pessoas poderiam não estar chegando ao atendimento justamente por não terem recursos para chegar.

Na época, conversei com minhas colegas de trabalho e resolvemos fazer uma coisa completamente diferente. Fizemos uma caixa, colocávamos todos os recursos que precisaríamos, fizemos estratégia com as escolas, conseguimos um carro da prefeitura que nos levava até as escolas pré-estabelecidas e atendíamos próximo da casa do munícipe, no mesmo dia, a mãe, a criança, a família. Depois dávamos a devolutiva para a família e para a escola. Isso se mostrou muito bom e produtivo sendo reproduzido por outros municípios.

Isso é adaptabilidade, uma das características de ser resiliente. Momento de crise é hora de criar. Pois foi o que aconteceu agora. Já tínhamos esse recurso de atender online, isso era possível, embora não fosse sistematizado, e nós não usávamos. Só que este ano, por uma necessidade, uma contingência ambiental mundial, fomos obrigados a nos adaptar rapidamente e isso tem se mostrado extremamente efetivo não só para os atendimentos como também para outros trabalhos e para os cursos com especialistas do mundo inteiro. Isso barateia os custos, você não precisa se locomover, a pessoa não precisa viajar, acabou se tornando muito bom.

Por outro lado, algumas pessoas têm alguma resistência porque pensam que talvez, dessa forma, on-line, não exista a mesma sintonia, não haja a mesma presença.

Isso não tem se mostrado uma verdade. Depois de seis/ sete meses atendendo online, o vínculo terapeuta-paciente tem se mostrado possível mesmo dessa forma e os resultados têm sido efetivos e muito bons, inclusive com adaptação de recursos técnicos e uso de criatividade.

Existem algumas coisas que as pessoas podem fazer para favorecer que isso aconteça da melhor forma. A primeira delas, imprescindível, é ter um local onde a pessoa se sinta à vontade para falar aquilo que precisa falar. É útil ter fones de ouvido, porque assim somente ela vai ouvir o que a terapeuta disser e ela pode até escrever nos momentos em que não seja possível falar.

Outra coisa interessante é ter lápis e papel na mão porque às vezes existem algumas anotações importantes que você faça ou até trazer uma imagem que é uma forma do inconsciente se comunicar.

Também seria importante, se for possível, estar na frente do computador e não no celular. A tela do computador ou do notebook é maior, oferece ótima visibilidade e garante o melhor uso de recursos.

São coisas simples, mas são recursos com os quais a pessoa pode colaborar para o sucesso da sua psicoterapia, para o seu bem-estar, por um bom caminhar do seu processo terapêutico.

Conheça minhas áreas de atuação e agende uma consulta.

 

Texto escrito por Sandra Colaiori
Psicologa Clínica e Psicoterapeuta